Embora seja notável que o empreendedorismo está cada vez mais em pauta, o nível de risco e de incerteza que o tema carrega ainda é um empecilho para a geração de novos negócios
Sair da ideia para ganhar estabilidade no mercado é o sonho e o objetivo de toda startup, mas isso definitivamente não é tarefa fácil. Neste momento de provação para o empreendedor, toda a ajuda é bem-vinda e a existência de um ecossistema que o ajude a superar as dificuldades do estágio inicial é de extrema importância.
No Brasil, embora seja notável que o empreendedorismo está cada vez mais em pauta, o nível de risco e de incerteza que o tema carrega ainda é um empecilho para a geração de novos negócios. Criar uma empresa por aqui é um desafio muito grande. Além de não existir a cultura de empreender, temos uma política de incentivos praticamente inexistentes e são poucas as aceleradoras e os investidores nacionais que apostam em novos negócios.
Felizmente, um número cada vez maior de startups brasileiras está conseguindo espaço em programas de aceleração no exterior e conquistando investimentos de fundos internacionais para colocar suas ideias em prática. Com investimentos e acesso a grandes centros de desenvolvimento, elas conseguem recursos e mentoria para impulsionar seus negócios. As aceleradoras no exterior, especialmente, são muito criteriosas e não basta ter uma boa ideia, é preciso ter uma ideia inovadora, mas que escale rápido.
A influência das empresas e fundos internacionais neste processo ainda é muito importante, principalmente para trazer para cá um pouco da cultura aplicada ao empreendedorismo no exterior. Na experiência que a ContaAzul teve no programa da 500 Startups, uma das principais aceleradoras norte-americanas, uma das lições que aprendemos é que para alavancar uma startup é preciso ter persistência e aceitar que o fracasso faz parte do processo.
Um dos principais diferenciais é que lá fora existe a valorização de quem já fracassou. Eles entendem que estas pessoas podem agregar muito mais do que quem obteve sucesso com mais facilidade. Enquanto isso, aqui no Brasil ainda mantemos a ideia de que ao primeiro sinal de fracasso devemos desistir dos nossos sonhos.
Para a ideia sair do papel muitas vezes é preciso mudá-la várias vezes, deixar o orgulho de lado, ouvir o cliente e buscar exemplos a serem seguidos. O mesmo vale para as políticas brasileiras de auxílio às startups. Quanto mais aprendermos com os bons exemplos vindos de fora, mais forte será nosso ecossistema de empreendedorismo e cada vez mais startups conseguirão superar as barreiras iniciais para alcançar o sucesso.
Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/criar-uma-startup-no-brasil-continua-sendo-um-grande-desafio/77950/