A carga tributária brasileira, além de ser uma das mais pesadas do mundo, é também uma das mais confusas. “O empresário gasta em média 2.400 horas com o contador para resolver toda a papelada com os impostos. Cerca de 80% dos pequenos empreendedores aqui da capital têm dificuldade em calcular o valor do produto”, reclama o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/ BH), Marco Antônio Gaspar. “A legislação é muito injusta. Ela incide sobre o produto e não sobre a renda. O consumidor também acaba pagando o pato. O peso que o imposto tem no preço chega a ser decisivo para a evolução do empreendimento”, disse ele.
A reclamação é a mesma em todo o país. De acordo com estudo feito pelo Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (Sescon-SP), 42% dos empreendedores apontam os tributos como o principal entrave para o desenvolvimento dos negócios. Para o presidente da entidade, Sérgio Approbato Machado Júnior, uma reforma tributária tornaria o país mais atraente para investimentos estrangeiros.
“A simplificação do sistema tributário brasileiro é uma necessidade para o desenvolvimento sustentado. Não precisamos de aumento na arrecadação, mas de eficiência na gestão dos recursos”, argumenta. Ainda segundo a enquete, para 26% dos empresários a burocracia é o grande vilão do crescimento. A falta de mão de obra qualificada foi mencionada por 17% dos entrevistados. Pesquisa da CDL/BH, realizada em 2013, mostrou que 50,3% dos lojistas da capital mineira também apontaram a elevada carga tributária brasileira como o maior desafio para manter a empresa aberta.
Indústria. Os impostos também continuam liderando o ranking de reclamações do setor industrial. De acordo com o vice-presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e presidente do Conselho de Assuntos Tributários do órgão, Edvaldo Almada, a carga tributária é o principal inibidor de investimentos no país.
“Não tenho dúvida de que os tributos são os grandes obstáculos para o crescimento das empresas. Além de ser muito alta, a carga tributária é muito complexa. O Brasil compete com países cujos sistemas são mais simples e menores. A competitividade fica muito prejudicada. Impostos representam 37% do Produto Interno Bruto (PIB)”, alega. De acordo com estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que compara os 30 países de maior carga tributária em relação ao PIB, o Brasil é o que dá o pior retorno em serviços à população.
Fonte: http://www.sitecontabil.com.br/noticias/55.html