O cliente recebe sua fatura do cartão em casa. Vai ao banco mais próximo e paga a conta respeitando a data do vencimento. Mas, no mês seguinte, recebe notificação de que está inadimplente. Como? Esse é o “golpe do boleto”, que consiste em uma fraude do boleto bancário.
A fatura tem alguns números do código de barras alterado e a quantia que o cliente acredita estar sendo usada para pagar suas contas é na verdade desviada para uma outra canta bancária. Quadrilhas especializadas adulteram as cobranças. A contadora Alice de paula Pereira contou a O Globo que teve uma das faturas do cartão de crédito do Banco do Brasil, que recebe em casa todos os meses, fraudada, perdendo mais de R$ 5 mil.
Segundo as investigações policiais que se deram até o momento, a frauda acontece durante a entrega dos boletos. As quadrilhas em questão interceptam as correspondências e substituem as faturas corretas pelas adulteradas, e mudança é praticamente imperceptível ao destinatário. Alice, por exemplo, só percebeu a irregularidade quando, após já ter pago uma parcela da fatura daquele mês, o pagamento do valor que restava não foi aceito no caixa eletrônico. Com ajuda de uma funcionária do banco, que identificou números estranhos no código de barras, Alice começou a investigar a fraude.
Ela disse a O Globo que foram quatro meses de negociação até o Banco do Brasil concordar em abater o valor que ela já tinha pago através da fatura falsa. Renata Reis, supervisora de Assuntos Financeiros do Procon-SP, disse ao mesmo jornal que a responsabilidade nesse caso é da empresa credora. O banco só poderia ser eximido da reparação dos danos causados ao consumidor se a fraude ocorresse fora de seu sistema de emissão e entrega de boletos.
Como evitar o golpe
A dificuldade de identificar o golpe do boleto é que dificilmente o consumidor desconfia da correspondência que recebe em casa. Por isso é essencial fazer o alerta. É importante tomar alguns cuidados com as faturas, mesmo as entregues pelo banco. Observar a qualidade do documento, por exemplo, é uma forma de perceber o golpe. Papel e impressão inferiores aos de costume, formatação estranha, erros de português e outros aspectos parecidos são indicativos da interceptação do boleto.
O consumidor deve também conferir se os três primeiros números do código de barras correspondem ao código do banco em questão. Esses códigos podem ser acessados aqui. Se não baterem, é melhor não fazer o pagamento e esclarecer o assunto com o banco.
Boletos enviados por email também devem ser analisados com cautela. E a recomendação final é verificar sempre os códigos do beneficiado pelo pagamento, que aparecem na tela do caixa eletrônico.
Fonte: http://www.sitecontabil.com.br/noticias/artigo.php?id=738