Quem está à frente de uma equipe, empresa ou projeto sabe que é muito angustiante ter de tomar decisões difíceis, ainda mais quando as opções disponíveis não o confortam a ponto de saber que uma delas realmente vai levá-lo ao resultado esperado. Aliás, liderar é ter de tomar muitas decisões rotineiras de pouco impacto, algumas com reflexos medianos e outras pouquíssimas que são capazes de mudar os rumos da companhia e da própria carreira – para o bem ou para o mal. E são exatamente estas últimas que tornam o trabalho de dirigir uma empresa algo difícil.
A literatura de gestão sobre processo decisório, por isso mesmo, tem procurado detalhar o que todo líder eficaz leva em conta na hora de fazer escolhas. Particularmente, penso que aprendemos muito a respeito do tema ao analisarmos os tipos de gestores que costumam tomar péssimas decisões. São eles:
Os procrastinadores: Dirigentes que adiam as decisões o máximo que podem por temerem o ônus de uma escolha equivocada ou não terem a mínima ideia do que fazer naquele momento em que todos ao seu redor questionam: “O que faremos agora?”
Os prudentes em excesso: Líderes que escolhem opções demasiadamente acanhadas e depois veem suas decisões se tornarem inócuas porque o ritmo das microdecisões não foi suficiente para que os resultados aparecessem ou o concorrente agressivo agiu mais rápido.
Os intempestivos: Aqueles que não pensam duas vezes para alterar os rumos da companhia como um todo sem ao menos refletirem o tipo de impacto e os efeitos colaterais de suas escolhas no curto, médio e longo prazo. Líderes que decidem primeiro e pensam nas consequências só depois.
Aqueles que decidem não decidir: Pessoas que acreditam que os problemas difíceis se resolverão naturalmente com o passar do tempo e praticam o “isto não é comigo”.
Aqueles que jogam para a galera: Gestores que buscam opções mágicas que não arranhem sua imagem ou popularidade perante as outras pessoas ou aceitam que a organização perca, se este for o preço a pagar para que a sua reputação se mantenha intacta.
Os gladiadores de departamento: Líderes que tomam decisões que sempre atendem os interesses específicos de determinada área porque fazem parte de uma forte coalizão, ignoram o jogo político que existe dentro da empresa ou são manipulados por lideranças ocultas.
Os sabichões: Indivíduos que acreditam ser talentosos o suficiente para tomar todos os tipos de decisão – mesmo aquelas de alta complexidade – e por isso não costumam se aconselhar com terceiros. Quando erram, sua resposta padrão é: “Não tive sorte desta vez”.
Os exageradamente democráticos: Querem escutar todo mundo antes de bater o martelo e, confusos com a diversidade de opiniões e pontos de vista levantados, demoram a escolher um caminho. Ou seja, esquecem que consultar muita gente de modo aleatório nunca será a melhor coisa a fazer.
Os escravos do sucesso passado: Aqueles que tomaram algumas decisões acertadas anos atrás e continuam a replicá-las sem levar em conta que a eficácia daquela resposta já não é a mesma há algum tempo. Insistem em utilizar o mesmo remédio para novos problemas.
Os equivocados: Gente que faz opções com base em princípios frágeis ou informações falhas que receberam de alguém e não foram checadas com atenção. Fazem certo as coisas erradas.
Os apaixonados pela opção inicial: Líderes que resistem a buscar outras opções porque já estão muito apegados à primeira alternativa que surgiu em suas cabeças e agora preferem fracassar a mudar de ideia.
Se a capacidade de tomar boas decisões é, reconhecidamente, aquilo que separa dirigentes de sucesso de líderes medíocres; então, não incorrer nas falhas acima é a melhor coisa que um gestor pode fazer para se tornar cada vez mais eficaz.
Fonte: http://www.sitecontabil.com.br/noticias/artigo.php?id=627