A Reforma Tributária aprovada recentemente trará mudanças importantes para todos os setores da economia, e o agronegócio está entre os mais impactados. A partir de 2025, produtores rurais e empresas do campo precisam se preparar para uma nova forma de pagar impostos. Entender essas mudanças é essencial para garantir a saúde financeira da atividade e evitar surpresas no planejamento do próximo ano.
Adeus aos impostos antigos, olá para um sistema mais simples.
Atualmente, quem produz no Brasil lida com diversos tributos diferentes, como ICMS, ISS, PIS e Cofins. A Reforma vai unificar esses impostos, criando dois novos: a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Eles vão funcionar de forma mais simples e transparente, permitindo que o produtor recupere créditos ao longo da cadeia de produção, o que pode evitar a cobrança em cascata.
Por outro lado, muitos benefícios fiscais que existem hoje podem ser revistos, o que exige atenção ao custo final de insumos e operações.
Insumos agrícolas: atenção ao possível aumento de custos.
Hoje, vários produtos essenciais na produção rural, como fertilizantes, sementes e defensivos, têm isenção ou alíquotas reduzidas de impostos. Com a Reforma, isso poderá mudar. A proposta prevê uma alíquota menor para produtos considerados essenciais, mas ainda é preciso aguardar a regulamentação final para saber exatamente quais insumos continuarão com tratamento especial.
Isso significa que o custo de produção pode aumentar, caso alguns insumos passem a ser mais tributados.
Exportações continuam isentas, mas com regras mais claras.
As exportações seguirão sem cobrança de impostos, o que mantém a competitividade do Brasil no mercado internacional. Porém, será necessário organizar melhor a documentação fiscal e contábil para aproveitar os créditos acumulados durante a produção. Essa etapa será essencial para evitar prejuízos e garantir o ressarcimento correto dos valores pagos.
Propriedades rurais: ITR pode ser o próximo tema em discussão
Embora a Reforma não tenha alterado diretamente o Imposto Territorial Rural (ITR), especialistas apontam que ele pode ser revisado nos próximos anos. A ideia é criar critérios mais justos, considerando produtividade e uso da terra. Por isso, é importante manter o imóvel rural com a documentação em dia e acompanhar possíveis mudanças.
O que você, produtor rural, deve fazer agora?
Mesmo que a nova forma de tributação comece oficialmente em 2026, o ano de 2025 será decisivo para testes e planejamento. Por isso, é fundamental conversar com seu contador e tomar algumas providências:
Revisar os custos de produção, considerando possíveis mudanças nos impostos dos insumos;
Organizar melhor as notas fiscais e a documentação, para garantir a recuperação de créditos;
Planejar o fluxo de caixa pensando no novo regime tributário;
Acompanhar de perto a regulamentação que definirá os produtos com alíquotas reduzidas.
Conte com o apoio do seu contador
A Reforma Tributária representa um momento de transição e ajustes para todo o setor rural. Com o apoio de um contador especializado, é possível antecipar mudanças, evitar riscos e encontrar as melhores estratégias tributárias para sua produção.
O planejamento começa agora. Aproveite este período de transição para se organizar e tomar decisões com segurança.
Fonte: RS Informa & Revista Business – Informativo Setembro/2025